05/09/2011

NL -- Green Peace: Baleias nadam em óleo na porta de petroleira

Na ausência de resposta da multinacional franco-britânica Perenco, cobrada pelo Greenpeace a aderir a uma moratória de exploração de petróleo na região de Abrolhos, mais importante bancos de corais do Atlântico Sul, baleias foram pessoalmente ao edifício que sedia os escritórios da empresa, no Rio de Janeiro, para relembrá-los da proposta.
As baleias, na verdade ativistas do Greenpeace fantasiados foram recebidas por outros membros da organização, estes vestidos de empregados da Perenco, sob jatos de um líquido preto, não tóxico, que imitava petróleo. A manifestação tomou ares de teatro, em um embate entre os animais, representantes da rica biodiversidade de Abrolhos, e as petroleiras. Instigada a se pronunciar sobre o protesto, a Perenco manteve-se em silêncio.
As baleias são protagonistas de uma campanha lançada pelo Greenpeace para chamar a atenção para os perigos que a atividade petrolífera representa para a flora e a fauna marinha de Abrolhos. A baleia jubarte, mamífero ameaçado de extinção, é uma das espécies que podem ser gravemente afetadas em caso de acidentes ou vazamentos de óleo.
“Dado o histórico de acidentes com exploração de petróleo em alto-mar no mundo, está claro que não existe segurança total. A Perenco sabe disto, mas se omite diante da responsabilidade de abrir mão de suas atividades em uma região de alta prioridade para a biodiversidade brasileira”, diz Leandra Gonçalves, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace.
Quem é a Perenco?
Famosa por extrair petróleo em lugares de difícil acesso, como áreas de mata nativa e de reservas indígenas da Amazônia peruana, a multinacional franco-britânica Perenco é ainda uma desconhecida no Brasil.
Fundada em 1975 como empresa de serviços logísticos para o setor de petróleo, a Perenco logo se especializou em perfuração. Seus primeiros campos foram comprados em 1986, nos EUA, e em 1992, no Gabão. Atualmente, a empresa produz 275.000 barris de petróleo por dia nos 16 países em que atua.
No Brasil, a Perenco atualmente é proprietária de cinco blocos de exploração de petróleo em águas profundas. Destes, dois estão localizados dentro da área de moratória de Abrolhos.

O petróleo de Abrolhos
A proposta do Greenpeace é o estabelecimento de uma moratória da exploração de gás e petróleo por 20 anos em uma zona de 93 mil quilômetros quadrados na região de Abrolhos. Segundo recentes estudos científicos, esta área é o limite mínimo para evitar que acidentes de qualquer tipo contaminem a biodiversidade da região.
A área de moratória afeta treze blocos de exploração de petróleo atualmente concedidas a dez empresas nacionais e estrangeiras: Perenco, Petrobras, Shell, Vale, OGX, Cowan, Sonangol, Vipetro, HRT e Repsol.
A proposta é uma tentativa de barrar o avanço da exploração petrolífera no entorno de Abrolhos. Ano passado, o governo derrubou uma liminar do Ministério Público Federal, de 2003, que impedia a ANP (Agência Nacional de Petróleo) de licitar blocos num raio de 50 km do Parque Nacional.
Lar de mais de 1.300 espécies de aves, tartarugas, peixes e mamíferos marinhos — dentre as quais, 45 em risco de extinção — Abrolhos é a região de maior biodiversidade da região sul do Atlântico. Seus recifes de corais, os maiores e mais exuberantes do Brasil, e seus extensos manguezais contribuem para fazer desta a zona mais importante de pesca no Estado da Bahia.
Saiba mais sobre a campanha:
Veja o site da campanha e assine a petição: www.greenpeace.org.br/abrolhos
Twitter: @greenpeaceBR @coralcerebro

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